sexta-feira, 25 de maio de 2012

Café com prosa



Quando o gosto do café vai muito além dos bons grãos... 

      
    Uma das coisas que me alegram é um café-da-tarde com uma amiga, ou uma porção delas. Ao redor de uma mesa de cafeteria talvez se estabeleça cumplicidade semelhante a dos homens que bebem num bar qualquer, mas com a vantagem de adoçarmos mais a vida. 

     Embora eu não seja nenhuma especialista em café, nem mesmo grande apreciadora deste pretinho amado por mais de meio mundo, entro na lista dos seus amantes por tudo o que ele agrega:
   
    - um aroma marcante em cada boa conversa 
    
    - variedade de sabor dependendo da situação em que está sendo degustado (nas reuniões de trabalho é mais amargo, nas reuniões com amigos é mais suave)
    
   - estimulante mesmo para aqueles que nem um gole tenha provado (basta aceitar um convite para tomar um café com alguém que logo uma dose extra de ânimo aparece)


   - nem preciso saber fazê-lo, já que todos que conheço o preparam muito melhor que eu (as vezes que arrisquei tentar agradar minhas visitas com um café coado na hora, consegui na verdade doses de bom humor: dizem que meu cafezinho mais parece chá ou então é mais forte que um espresso!!!).
   
    Durante todo esse tempo que fiquei longe das minhas postagens, muitos e muitos cafés-da-tarde me aconteceram. Algumas pessoas que já considerava queridas se tornaram mais presentes em minha vida e tantos conselhos puderam ser compartilhados. Foram   momentos agradáveis,  e como tudo que é bom, pretendo enriquecer ainda mais.


     
     


     









quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Observando a alegria


      Por mais que nos esforcemos, algumas vezes não encontramos nem ao menos um broto de alegria no coração para regarmos. Não acredito que não haja uma única semente fértil para crescer, talvez esperar o tempo de crescimento não seja a melhor escolha para aquele dia.

      É nessas horas que olhar ao redor faz toda a diferença: a vida de outras pessoas podem nos influenciar. Fazendo uma frestinha no casulo que a infelicidade traz, podemos visualizar emoções que contagiam. 

     Não custa tentar!!! 



Alguém muito corajoso se aventurando nos mares da vida

ou alguém encorajando o outro a enfrentar esse mesmo mar!


Alguém que corre livremente para o desconhecido 


Alguém, que assim como você, pode estar fazendo parte de um cenário com beleza inigualável e não se deu conta disso.




    A vida não deixa de acontecer porque ficamos tristes, desanimados ou entediados. Momentos alegres estão acontecendo com alguém nesse exato momento... se não somos o personagem principal desse roteiro, podemos participar como espectadores que em breve poderão ser chamados para alguma cena (quem sabe a principal?). 


segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

De olho no futuro

Olhando para o futuro com os pés firmados no presente.
    Conversando com velhos amigos sobre os rumos que nossas vidas tomaram na última década (ou décadas) falamos de tudo: sonhos que deram certo e outros que não deram tão certo assim. Para alguns de nós o tempo levou aqueles anseios financeiros para um 2º plano, estando de bom tamanho ficar mais com a família e conseguir pagar as  contas em dia; para outros o sucesso financeiro e profissional mais que nunca assumiu a primeira posição, já que uma família maior trouxe mais gastos e mais sonhos (aqueles antigos mesclaram-se aos novos sonhos gerados para cada filho).

     Este rumo de conversa trouxe curiosidades (pelo menos para mim) sobre a biografia de algumas pessoas consideradas bem sucedidas financeiramente. Impressionante como essas pessoas são admiradas por “enxergar longe”, serem visionárias, capazes de ”ver além do nosso tempo”. Não havia dúvidas que os grandes sucessos estavam guardados no futuro e para encontrá-los só mesmo com a iluminação de uma estrela na testa.

     De ouvidos atentos e olho no futuro, o filho de um dos casais concluiu: - “então pra ser rico e famoso é só eu ter uma boa ideia quando crescer!”. Envolvendo ainda mais a criança, o pai comentou que jogar futebol como os craques já garantia um caminho ainda mais fácil.
     A conversa parou por ai, embora ninguém tenha explicado ao pequeno ouvinte a maioria de nós cresce sem nenhuma estrela na testa para iluminar essas ideias. Ali mesmo não faltava testemunhos de que só mesmo com muito esforço, perseverança, frustração, suor e estudo podemos trilhar caminhos seguros que nos levem a grandes conquistas (ou  pelo menos nos aproximamos dele).


   Sempre ouço falar que as crianças de hoje são espertas, estimuladas demais. Talvez por isso mesmo devemos prestar mais atenção nas conversas que permitimos que elas participem, direta ou indiretamente. Nós somos os responsáveis pelo seu aprendizado e apresentar as virtudes como horizonte para seus sonhos com certeza contribui muito mais que lançar ilusões que limitem seus esforços. 


    A maturidade natural da fase adulta (ou pelo menos esperada) nos garante a capacidade de filtrar tudo aquilo que ouvimos: desprezamos palavras e conselhos que não nos trazem benefícios para a vida. Nessa lógica estejamos mais atentos ao ofertar conselhos aos pequenos, sabendo que se nós mesmos os seguíssemos nunca iríamos longe o suficiente para chegar ao alvo.


          

    

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Quem educa quem?

Com sua leveza e inocência, a mão dos pequenos aperfeiçoa o trabalho dos adultos 
     
    Educar os filhos é um trabalho sem fim para qualquer família: falar uma, duas, três.... vinte, trinta vezes cansa, mas é necessário. Tem criança teimosa, geniosa, tranquila (nem por isso deixa de fazer suas peripécias naturais da idade) e perspicaz (imprescindíveis para a reforma de seus pais). 


     Educação de pais também deve ser encarada como um trabalho sem fim, já que somos pais de bebês, que se tornarão crianças, que se tornarão adolescentes, que se tornarão adultos e com tantas mudanças, exigem enfoques educacionais diferentes para cada fase.


     Andei refletindo sobre o assunto ao educar meu filho que teve um péssimo comportamento com seu amigo. Aqui em casa, um recurso de disciplina que funciona é privar as crianças de assistirem televisão durante alguns dias. Durante esse período sem TV, conversamos muito mais, já que todas as vezes que a vontade de ver o programa predileto aparece, vem as lamentações sobre o assunto que levou a isto.  Com muita conversa, percebi que ele realmente havia entendido que tinha magoado o amigo e não o  tratara com o respeito que ele próprio gosta de ser tratado. Considerei que, como mãe, eu havia realizado um bom trabalho educacional. 


     Alguns dias depois, num daqueles dias em que a criança está animadíssima e a mãe não; aconteceu um desrespeito de minha parte com meu filho. Por diversas vezes eu o corrigi, irritada com suas brincadeirinhas que atormentavam sua irmã e a mim também. Não me dei conta que minhas broncas seguiam uma escala desproporcional a suas brincadeiras. Minhas palavras repetidas vezes feriram seus sentimentos e aquele seu sorriso lindo que amo, ficou cada vez menor. 


    Sem amor nas palavras, caso contrário o resultado não teria sido tão ruim, continuava a corrigi-lo. Sem que percebêssemos, ele deixou o lugar onde estávamos e deitou sozinho no sofá, chorando sem deixar sair nenhum som (vergonha misturada com desamparo).


     Passada a raiva, fui procurá-lo e encontrando-o calado com seus olhinhos brilhando então uma nítida tristeza, me envergonhei do que fizera. Dentro de um longo abraço, pedi sinceras desculpas, reconhecendo que não havia respeitado seu jeito: muito menos tratado ele da maneira que gosto que me tratem. 


    Desculpas aceitas, logo perguntou: mãe, quando o adulto faz coisa feia quem o educa? Por alguns minutos não tive resposta.
Pensava como explicar que ele mesmo, imerso na sua inocência, havia me educado. 
     
     OS conceitos de um relacionamento saudável impostos às crianças nem sempre são praticados por nós adultos. Se respeitarmos a mão-dupla no trânsito do relacionamento entre pais e filhos, todos serão mais educados.  



terça-feira, 29 de novembro de 2011

Mulheres de fibra



            Mulheres de fibra com certeza vivem melhor: prontas para ajudar e resolver problemas. Quem não quer ser uma delas? Paira a impressão que não existirá problema grande o suficiente para derrubá-la, e fica a falsa ideia que sua genética é favorável (já nasceu com essa garra).
     
     Nosso rol de amizades facilmente nos mostra aquela amiga capaz de trazer alegria com suas atitudes firmes que se parecem com as nossas (questão de afinidade) ou quem sabe aquela amiga capaz de fazer certas coisas que nunca teríamos coragem o suficiente para fazer (questão de admiração).

     Considerando que passamos a maior parte do nosso tempo conosco mesmo, quão alegria teríamos se a pessoa que melhor conhecêssemos e admirássemos fosse nós mesmas. Isso não é uma bandeira para o narcisismo ou egoísmo, já que ao revirarmos nosso íntimo vamos encontrar sentimentos tão reprováveis que exigirão humildade para reconhecimento e ajuda de queridos para um tratamento completo. Refiro a conhecermos melhor nossas fibras, para melhor utilizá-las.

     Relembrar situações ruins de nossas vidas em primeira instância pode ser deprimente, mas numa visão menos emotiva talvez os fatos nos revele uma força que nem acreditávamos ter;  já que muitas vezes  aguentamos o que nunca sonhávamos suportar.  É uma das fibras de aço que toda mulher tem frente à desilusão ou infeliz decisão tomada. Mesmo com muito choro temos a possibilidade de converter tristeza em sabedoria a ser usada nas futuras experiências de vida.

     Com raras exceções, nossas fibras emocionais bem maiores que a dos homens, enlaçam as famílias. Independente do grau de braveza, toda mãe tem como característica comum intermediar - no momento oportuno- as desavenças entre pai e filho. O cordão umbilical que nos une aos nossos filhos são cortados, mas no lugar cresce muitas outras fibras de amor: só a maternidade pra explicar isso.

     Com sinceridade no olhar, com certeza encontraremos fibras delicadas, que precisam de alguém para fortalecê-las com seu carinho e paciência.  Não menos importantes, essas fibras nos tornam menos seguras das situações: talvez por estarem enraizadas nas lembranças de tudo que já vivemos.

     A única certeza que tenho é que se pesquisarmos de tempos em tempos novamente nossos íntimos, diferentes fibras poderão ser conhecidas. O passar do tempo pode até enrijecer algumas pouco usadas; mas outras com certeza as novidades de vida nos ajudarão a formar. 



terça-feira, 22 de novembro de 2011

A beleza escondida

     Lendo alguns pensamentos de amigas, não com poderes extraordinários mas através das postagens em seus blogs, percebi que por diversas vezes não são poucas ou muitas palavras que fazem a diferença em nossas vidas.

    Algumas situações inesperadas (muitas vezes nem tanto assim) trazem momentos de reflexão, abrindo nossas mentes para pequenas mudanças que não percebíamos ser essenciais para uma vida melhor.  

    São imagens mágicas, ainda que rotineiras, capazes de impactar mais que longas conversas ou pensamentos intermináveis. Vejo essas situações como a grande oportunidade de encontrarmos a beleza na simplicidade, no trivial... 

    Somos tão acostumados a ter que nos esforçar para conseguir tudo, que acabamos desprezando o que de graça e pronto nos é dado: um pôr-do-sol impossível de retratar em telas, uma flor com seu aroma incomparável, um sorriso de alguém que talvez nem conheçamos mas que vem na hora exata da falta de esperança frente a um problema ou até mesmo um abraço do filho que te desculpa por uma palavra mal colocada (nem era ele o responsável por tamanha irritabilidade sua).

    Quando olhamos verdadeiramente esses tipos de "presentes" que nos são dados sem merecimento, encontramos uma pedra preciosa perdida da caixa da felicidade. Se formos acumulando-as, encheremos nossas próprias caixas e enfim poderemos dizer que somos felizes.

     
Como seria bom se não demorássemos tanto para perceber a beleza de tudo o que nos rodeia... Preocupados com o que não temos ou o que não nos agrada, desperdiçamos um precioso tempo que - muitas vezes - não volta mais.


Quando nossos olhos de abrem juntamente com o coração, iluminam alguns detalhes que não deveriam ser considerados tão pequenos; tamanha a grandeza capaz de encher nossos pensamentos.





A beleza escondida na felicidade do outro pode ser compartilhada... sejamos então felizes com nosso próximo.






segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Um aniversário com bolo de polenta

A gratidão no coração consegue transformar lamentações em alegria
        
    Aniversário de criança pede bolo, salgadinho, brigadeiro, refrigerante... E quando não se pode ter nada disso, já que a saúde da criança depende de uma alimentação regrada, sem nenhuma guloseima? 


     Não conseguia imaginar como uma criança tão pequena teria uma vida normal podendo se alimentar apenas com leite de soja (puro), arroz, frango e fubá. Essa era a nova  realidade que eu tanto negava para os próximos meses e talvez anos. Confesso que naquela época fechei as portas da minha vida emocional e social para uma reforma, lavando meus pensamentos com lágrimas e mais lágrimas. 


   Comemorar os 2 anos de vida do meu filho que não podia comer quase nada foi uma experiência de vida que marcou uma nova fase para nossa família. Passamos a não apenas entender, mas principalmente a viver, que sempre há mais de uma escolha frente as situações indesejáveis que aparecem na vida de todos nós.  Caberia a nós deixar passar despercebido um dia tão especial para celebração de mais um ano de vida (um ano tão cheio de dificuldades, mas com a vitória de ter nosso filho ali ao nosso lado) ou usar toda nossa criatividade e transformar as lamentações em alegria. 


       Optamos por viver intensamente esse e todos os momentos que viriam depois da festa. Junto com a família que tanto nos apoiou nos momentos mais difíceis, fizemos uma super festa com uma deliciosa galinhada e um bolo de polenta. Nem todas as crianças experimentaram o inédito bolo de aniversário, mas se divertiram bastante colocando o dedo naquele bolo colorido que tinha uma vela musical em forma de bola de futebol. Sem nenhum chiclete, bala e tranqueiras que dentista tanto abomina, montamos uma lembrancinha com óculos colorido e frasco de bolinha de sabão, que encantou e lambrecou tanto a casa da vovó.


     Desde então, participar de festas de aniversário nos traz muito mais que algumas centenas de calorias a mais - já que hoje, junto com meu filho, me esbaldo nos brigadeiros e salgadinhos. Relembro com emoção aqueles anos de restrição alimentar, e cheia de gratidão no coração agradeço a Deus por mais um ano de vida na presença do aniversariante. 


    Algumas vezes realmente não nos cabe escolher passar por certas dificuldades na vida, mas na grande maioria, podemos SIM   reagir diferente diante do que não nos agrada. Muita sabedoria teremos se passarmos por situações inevitáveis de uma maneira menos dolorosa, enfrentando a vida com mais ousadia e talvez mais alegria.