segunda-feira, 30 de maio de 2011

Bons sonhos...



Só quem teve uma noite mal dormida compreende o humor do outro no dia seguinte.

    Ainda que o descanso de cada pessoa varie de acordo com a necessidade de seu organismo, não há mãe que no decorrer dos primeiros anos, não valorize cada precioso minuto de sono tranquilo.

   Entendi desde o começo da maternidade que deveria aprender mais canções de ninar, chás e histórias longas para embalar meus filhos. As horas de soninho das crianças quase nunca coincidem com a dos pais, ou não o tempo suficiente para que as duas partes consigam descansar igualmente.


   Por mais que tias e avós experientes me aconselhassem a aproveitar o tempo de sono dos pequenos para eu descansar, nunca deu certo; afinal alguma hora eu tinha que achar par tomar banho, almoçar, jantar, receber visitas, organizar a casa e pagar contas.
    
    Sou testemunha de que com o passar dos anos a rotina noturna da casa se restabelece, e a família pode voltar a ter o sonho dos anjos. O único detalhe é que o relógio biológico da mãe já se acostumou com as paradas obrigatórias do sono de cada noite, e nem sempre é regulado tão facilmente como gostaríamos.

    
Acho que a maternidade nos traz um estado de alerta, que não se desliga nem de dia nem de noite. Talvez movida pelo instinto materno (visto que não acontece o mesmo com o pai que dorme ao lado), a mãe se faz presente no quarto do filho  ao ouvir qualquer barulho diferente ou uma palavra dita durante o sonho. 

     Durante muito tempo fiquei observando meus filhos dormindo tranquilamente, independente do barulho e lugar que estivessem. Bastava ficarem cansados, logo se aconchegavam nos nossos braços e dormiam sem nenhuma preocupação. MAis uma vez gostaria de ser como as crianças, sem complicação poder fechar os olhos, descansar e encontrar a paz que nós adultos buscamos nas nossas poucas horas de sono. Para mim, aí está o segredo de tanta vitalidade.

    O sono da noite sempre foi insubstituível e, pelo menos aqui em casa, está totalmente ligado à harmonia do lar. Quando compartilho minhas olheiras com outras mães, me animo ao saber que não foi apenas meu bom humor matinal que ficou dormindo até mais tarde.
    
    Como tudo tem seu lado positivo, espero sempre lembrar que menos horas de sono podem se reverter em maior número de sonhos com olhos abertos... ainda que o realizar, fique para quando o corpo e mente descansarem mais um pouquinho.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Aprendendo a ser irmãos

Em briga de irmãos, só mãe e pai põe a mão

    Todas as vezes que um irmão pequeno começa a implicar com o outro também pequeno, é sempre a mesma coisa: os pais logo são chamados (por choro na maioria das vezes) para decidir quem está com a razão. 

      Sabendo da personalidade de cada um, os pais podem até imaginar quem começou e quem terminou a discussão; mas sábio seria se não nos restringíssemos nesta questão.

    Nas inúmeras vezes que meus filhos não se entenderam e pediram uma arbitragem familiar, percebi que o mérito não era apenas quem estava certo ou errado; mas do lado de quem pai e mãe ficaria.

     Com este entendimento, não mais me limito em saber o motivo do desentendimento entre eles, nem em apenas descobrir qual deles é o dono da razão. Acredito que a relação pós briga deve ser de grande interesse aos pais... nossa atitude pode levar nossos filhos a alimentar raiva um do outro, além de perder a confiança em nós.
   
    As divergências em casa podem ser excelentes oportunidades para exercitarmos o respeito ao próximo, treinando o ouvir mais e saber expor opiniões diferentes. Se fizermos do erro do irmão a causa de exaltação dos acertos do outro, perdemos uma preciosa chance de que um aprenda o que o outro tem de melhor. 

   Não acho que existe outra escolha para irmãos: moram na mesma casa, e como consequência devem aprender a dividir e cuidar do mesmo espaço com respeito. Então, em caso de desentendimento, minha melhor ajuda é direcioná-los para o caminho da cumplicidade: aprendi que os dois resolvem suas diferenças se tiverem mais tempo juntos.

   É claro que a princípio eles não gostam, mas briga mal resolvida termina com um cuidando do outro: tem que guardar juntos as bagunças feitas, tem que ajudar na arrumação das gavetas ou livros do outro, e o filho maior tem que auxiliar o filho menor no banho.
  
    Ainda que eles continuem com desentendimentos normais de irmãos, a nossa conduta de forçosamente aproximá-los frente as brigas, permitiu que os dois se conhecessem melhor e se respeitassem mais. Muito me alegra quando um protege o outro de alguma bronca que está por vir. 

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Novos contos para princesas modernas

Contos de fadas na visão das princesas modernas... bem mais real.


            Contar uma simples história do casamento de um príncipe dos contos de fadas deixou de ser tarefa fácil para as mães. Junto com seus amiguinhos ou pais curiosos, as crianças acompanharam na vida real cada detalhe envolvido no casamento de um príncipe com uma plebéia.

            Aprenderam que príncipe moderno pode ser encontrado na universidade, participa de festas fora do palácio, conhece várias garotas e só depois escolhe sua amada. Perceberam que o tempo de namoro agora é mais longo, podendo até ocorrer uma separação temporária do casal. Com o vento do tempo soprando a favor da infância, o sonho das pequenas princesas continuou com o anúncio do casamento: afinal os livros infantis ensinavam que príncipe de verdade não vive sem sua eleita.

            Descobriram que embora o noivado nunca fora descrito nas páginas dos contos de fadas, deve acontecer para que o príncipe anuncie ao seu reinado que não mais está à procura de uma princesa, pois já a encontrou. Tamanha a felicidade, ele a presenteia com um valioso anel e beijo apaixonado.

            Pelas ilustrações dos livros, percebíamos que apenas os membros da família faziam parte do casamento que acontecia no castelo.  Nesta era digital que vive a maioria das crianças, todas foram convidadas a assistir o casamento da realeza, ainda que à distância.

            Não que quisessem, mas os pequenos puderam até conhecer uma verdadeira madrasta de príncipe. Essa temida personagem que sempre ocupou tantas páginas dos livros infantis, apareceu sem papel especial nesta linda história de amor: não amedrontou, mas também não agradou.

            Nem precisou de sapatinho de cristal ou fada madrinha, o encantamento até dos reinados mais distantes aconteceu quando a princesa moderna apareceu vestida de noiva na bela carruagem, acenando para crianças e adultos que, por diversas vezes, leram nos contos de fadas algo semelhante. Como descrito nos livros, a princesinha tão querida por todos adentrou na igreja entre árvores, lembrando os caminhos percorridos das florestas e matas, e finalmente juntou-se ao seu príncipe encantado. 

            Crianças e adultos presenciaram um casamento Real, mas com diferentes esperanças.  Para os mais antigos ficou uma nova chance de ver a História escrever um final feliz do príncipe que se casou com uma plebéia, já para os menores ficou uma edição mais real do seu sonho de princesa.

            Até aprenderem que contos de fadas são eternos e não podem ser editados com tantas entrelinhas modernas, é provável que a criançada tão bem informada paute suas interpretações de infância na realidade dos tempos modernos. Nesta fusão de realidade e contos de fadas, para nós apenas o começo da história ainda continuou intacto: “Era uma vez, num reino distante...”.

             Os finais nem sempre felizes destas histórias reais pairam como preocupação em frustrar sonhos das pequenas princesas modernas. O tempo muito contribuiria com a infância se soprasse as páginas anteriores da vida da realeza para bem longe, assim as mães leitoras ainda conseguiriam alimentar a esperança ao lerem: “... e eles viveram felizes para sempre”.           

domingo, 15 de maio de 2011

Laços de família

Os pais são os responsáveis por amarrar o laço da família, e ensinar seus filhos a mantê-lo bem apertado.
    
   Lembro das mudanças quando engravidei de minha primeira filha. Entre tanta felicidade e ansiedade, percebi que não era só meu barrigão que aumentava... mês a mês aumentava também a intimidade e sonhos da nossa pequena família. A fita para nosso laço já estava sendo trabalhada.
  
   Tanto com a chegada do primeiro como do segundo filho, entendi que o nascimento de um bebê nos presenteia com dias bem mais alegres e noites bem mais longas. Em cada cuidado dispensado ao filho (amamentação, troca de fraldas, noites em claro com cólicas, papinha) nossas vidas passavam a ter maior valor, pois tudo dependia de nossas ações e decisões. Iniciamos nesta fase as primeiras amarras do laço de nossa família.

   Ao participarmos das brincadeiras e descobertas da infância, voltamos a visitar um mundo que tanto gostávamos de morar, e lá passamos a conhecer seus moradores atuais: nossos filhos. Com tão simples atitude, as cores deste laço que nos une foram escolhidas em comum acordo: colorido que agrada tanto os pais como os filhos.    

    Atendendo a pedidos, todas as noites no jantar, contamos nossas histórias de antigamente. São momentos inesquecíveis, agora não apenas para nós, pois ao repetirmos alguma história eles logo reclamam. Acredito que a confiança que tanto se deseja na vida familiar pode ser conquistada quando permeamos nossas emoções e frustrações de pais (passamos a ser reais, mais parecidos com eles). Neste estágio de relacionamento completa-se a amarração do laço.   
   
   A maior sabedoria que os pais podem ter é não deixar que seus laços com os filhos sejam desfeitos com o tempo e acabem virando nó. A base familiar firmada no amor e na compreensão frente aos inevitáveis erros dos pais e filhos, talvez seja o grande detalhe.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Entre nesta lista: Doador de medula òssea

A esperança de vida de alguém pode estar guardada em você.


   Algumas doenças como linfomas, leucemias e certos tipos de anemia ou casos de tratamento com altas doses de quimioterápicos/radioterapia que destroem a medula óssea; levam a situações em que o transplante de medula óssea pode ser a única maneira de salvar vidas.

   Um dos maiores problemas que os médicos enfrentam para ajudar estes pacientes é encontrar um doador compatível. Cada um de nós pode tentar ajudar: basta ser doador (ter entre 18 e 55 anos e estar com boa saúde).

   Por ignorância que acabava reforçando meu medo, demorei um pouco para ser doadora, mas nada como reformar pensamentos e certezas... Ninguém vai tirar quase toda sua medula e injetá-la em um doente que precise. 

   Quando voluntariamente você aceita ser doador de medula óssea e procura um Hemocentro cadastrado, é feito um cadastro com seus dados (nome completo, endereço, telefones de contato - seu e de 2 pessoas que possam te encontrar). Então retira-se 5 ml de seu sangue para realizar testes que determinem características genéticas necessárias para compatibilidade entre doador e paciente.

    Você volta pra casa, e seu nome fica registrado no REDOME(Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea)que está no Instituto Nacional do Câncer (INCA). Um sistema informatizado cruza as informações genéticas de todos doadores voluntários cadastrados com dos pacientes que estão na lista de espera por um transplante de medula óssea. Caso seja verificada a compatibilidade, convoca-se a pessoa para realizar a doação.

   Após ser convocada, você confirma ou não sua disposição em doar. O médico avalia qual a melhor maneira de estabelecer a doação, existem 2 opções:
1. um procedimento de cerca de 90 minutos no centro cirúrgico, sob anestesia peridural ou geral (internação de 24 horas). Pode haver desconforto localizado por até 3 dias após a doação, pois é feita uma punção no osso da bacia e retira-se +/-10% do volume de sua medula óssea
2. outro procedimento que chama-se aférese: o doador toma um medicamento que permite a retirada das células da medula óssea pelas veias do braço. 
 
   Após 15 dias o organismo do doador já refez todo o volume da medula óssea que ele doou. Não há nenhuma perda para o doador.

   Hoje, a chance de se encontrar um doador compatível é de UM EM CEM MIL, mas esta chance existe, e pode estar em você que ainda não é voluntário.

Se você tem medo da dor que sentirá na picadinha de agulha que levará, lembre-se das inúmeras que o paciente já recebeu e quer tanto receber para poder viver. Mas se o problema é tempo para ir até o Hemocentro, reflita que os 40 ou 50 minutos que irá gastar do seu tempo, pode ser decisivo para anos de vida de alguém que está a sua espera.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Onde encontrar amigos?

 

Amigos nunca se perdem, fazem parte de nossa história 

   Há uns 4 anos atrás, quando mudamos de cidade, deixamos por lá amigos queridos e trouxemos junto com as lembranças um importante aprendizado sobre amizade.

   Cheia de saudosismo, várias vezes minha filha  perguntou onde poderia encontrar bons amigos: na escola, igreja, no condomínio? Até tentei ajudá-la, mas eu mesma não sabia por onde começar.

   O dia-a-dia de convívio com novas pessoas trouxe naturalmente uma alegria em reencontrar algumas delas, ainda que não tivessem tanta coisa em comum conosco. Com o passar do tempo, percebi que o ciclo de amizade gostoso que sentíamos tanta falta já estava se restabelecendo. 

   Cada novo amigo traz novidade de vida, seja nos ensinado brincadeiras, compartilhando a leitura de um livro ou receitas de bolo, até pela diferente visão que tem de algo que nem concordamos. Novas fases de vida acompanham novos amigos, somando-os àqueles que já fazem parte da nossa história.

  
   Não encontramos amigos prontos em nenhum lugar específico. Essas pessoas especiais são aquelas que nos ajudam a construir sonhos, trazendo  alegria e nos ajudando a passar pelas tristezas de nossas vidas.