segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

De olho no futuro

Olhando para o futuro com os pés firmados no presente.
    Conversando com velhos amigos sobre os rumos que nossas vidas tomaram na última década (ou décadas) falamos de tudo: sonhos que deram certo e outros que não deram tão certo assim. Para alguns de nós o tempo levou aqueles anseios financeiros para um 2º plano, estando de bom tamanho ficar mais com a família e conseguir pagar as  contas em dia; para outros o sucesso financeiro e profissional mais que nunca assumiu a primeira posição, já que uma família maior trouxe mais gastos e mais sonhos (aqueles antigos mesclaram-se aos novos sonhos gerados para cada filho).

     Este rumo de conversa trouxe curiosidades (pelo menos para mim) sobre a biografia de algumas pessoas consideradas bem sucedidas financeiramente. Impressionante como essas pessoas são admiradas por “enxergar longe”, serem visionárias, capazes de ”ver além do nosso tempo”. Não havia dúvidas que os grandes sucessos estavam guardados no futuro e para encontrá-los só mesmo com a iluminação de uma estrela na testa.

     De ouvidos atentos e olho no futuro, o filho de um dos casais concluiu: - “então pra ser rico e famoso é só eu ter uma boa ideia quando crescer!”. Envolvendo ainda mais a criança, o pai comentou que jogar futebol como os craques já garantia um caminho ainda mais fácil.
     A conversa parou por ai, embora ninguém tenha explicado ao pequeno ouvinte a maioria de nós cresce sem nenhuma estrela na testa para iluminar essas ideias. Ali mesmo não faltava testemunhos de que só mesmo com muito esforço, perseverança, frustração, suor e estudo podemos trilhar caminhos seguros que nos levem a grandes conquistas (ou  pelo menos nos aproximamos dele).


   Sempre ouço falar que as crianças de hoje são espertas, estimuladas demais. Talvez por isso mesmo devemos prestar mais atenção nas conversas que permitimos que elas participem, direta ou indiretamente. Nós somos os responsáveis pelo seu aprendizado e apresentar as virtudes como horizonte para seus sonhos com certeza contribui muito mais que lançar ilusões que limitem seus esforços. 


    A maturidade natural da fase adulta (ou pelo menos esperada) nos garante a capacidade de filtrar tudo aquilo que ouvimos: desprezamos palavras e conselhos que não nos trazem benefícios para a vida. Nessa lógica estejamos mais atentos ao ofertar conselhos aos pequenos, sabendo que se nós mesmos os seguíssemos nunca iríamos longe o suficiente para chegar ao alvo.


          

    

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Quem educa quem?

Com sua leveza e inocência, a mão dos pequenos aperfeiçoa o trabalho dos adultos 
     
    Educar os filhos é um trabalho sem fim para qualquer família: falar uma, duas, três.... vinte, trinta vezes cansa, mas é necessário. Tem criança teimosa, geniosa, tranquila (nem por isso deixa de fazer suas peripécias naturais da idade) e perspicaz (imprescindíveis para a reforma de seus pais). 


     Educação de pais também deve ser encarada como um trabalho sem fim, já que somos pais de bebês, que se tornarão crianças, que se tornarão adolescentes, que se tornarão adultos e com tantas mudanças, exigem enfoques educacionais diferentes para cada fase.


     Andei refletindo sobre o assunto ao educar meu filho que teve um péssimo comportamento com seu amigo. Aqui em casa, um recurso de disciplina que funciona é privar as crianças de assistirem televisão durante alguns dias. Durante esse período sem TV, conversamos muito mais, já que todas as vezes que a vontade de ver o programa predileto aparece, vem as lamentações sobre o assunto que levou a isto.  Com muita conversa, percebi que ele realmente havia entendido que tinha magoado o amigo e não o  tratara com o respeito que ele próprio gosta de ser tratado. Considerei que, como mãe, eu havia realizado um bom trabalho educacional. 


     Alguns dias depois, num daqueles dias em que a criança está animadíssima e a mãe não; aconteceu um desrespeito de minha parte com meu filho. Por diversas vezes eu o corrigi, irritada com suas brincadeirinhas que atormentavam sua irmã e a mim também. Não me dei conta que minhas broncas seguiam uma escala desproporcional a suas brincadeiras. Minhas palavras repetidas vezes feriram seus sentimentos e aquele seu sorriso lindo que amo, ficou cada vez menor. 


    Sem amor nas palavras, caso contrário o resultado não teria sido tão ruim, continuava a corrigi-lo. Sem que percebêssemos, ele deixou o lugar onde estávamos e deitou sozinho no sofá, chorando sem deixar sair nenhum som (vergonha misturada com desamparo).


     Passada a raiva, fui procurá-lo e encontrando-o calado com seus olhinhos brilhando então uma nítida tristeza, me envergonhei do que fizera. Dentro de um longo abraço, pedi sinceras desculpas, reconhecendo que não havia respeitado seu jeito: muito menos tratado ele da maneira que gosto que me tratem. 


    Desculpas aceitas, logo perguntou: mãe, quando o adulto faz coisa feia quem o educa? Por alguns minutos não tive resposta.
Pensava como explicar que ele mesmo, imerso na sua inocência, havia me educado. 
     
     OS conceitos de um relacionamento saudável impostos às crianças nem sempre são praticados por nós adultos. Se respeitarmos a mão-dupla no trânsito do relacionamento entre pais e filhos, todos serão mais educados.  



terça-feira, 29 de novembro de 2011

Mulheres de fibra



            Mulheres de fibra com certeza vivem melhor: prontas para ajudar e resolver problemas. Quem não quer ser uma delas? Paira a impressão que não existirá problema grande o suficiente para derrubá-la, e fica a falsa ideia que sua genética é favorável (já nasceu com essa garra).
     
     Nosso rol de amizades facilmente nos mostra aquela amiga capaz de trazer alegria com suas atitudes firmes que se parecem com as nossas (questão de afinidade) ou quem sabe aquela amiga capaz de fazer certas coisas que nunca teríamos coragem o suficiente para fazer (questão de admiração).

     Considerando que passamos a maior parte do nosso tempo conosco mesmo, quão alegria teríamos se a pessoa que melhor conhecêssemos e admirássemos fosse nós mesmas. Isso não é uma bandeira para o narcisismo ou egoísmo, já que ao revirarmos nosso íntimo vamos encontrar sentimentos tão reprováveis que exigirão humildade para reconhecimento e ajuda de queridos para um tratamento completo. Refiro a conhecermos melhor nossas fibras, para melhor utilizá-las.

     Relembrar situações ruins de nossas vidas em primeira instância pode ser deprimente, mas numa visão menos emotiva talvez os fatos nos revele uma força que nem acreditávamos ter;  já que muitas vezes  aguentamos o que nunca sonhávamos suportar.  É uma das fibras de aço que toda mulher tem frente à desilusão ou infeliz decisão tomada. Mesmo com muito choro temos a possibilidade de converter tristeza em sabedoria a ser usada nas futuras experiências de vida.

     Com raras exceções, nossas fibras emocionais bem maiores que a dos homens, enlaçam as famílias. Independente do grau de braveza, toda mãe tem como característica comum intermediar - no momento oportuno- as desavenças entre pai e filho. O cordão umbilical que nos une aos nossos filhos são cortados, mas no lugar cresce muitas outras fibras de amor: só a maternidade pra explicar isso.

     Com sinceridade no olhar, com certeza encontraremos fibras delicadas, que precisam de alguém para fortalecê-las com seu carinho e paciência.  Não menos importantes, essas fibras nos tornam menos seguras das situações: talvez por estarem enraizadas nas lembranças de tudo que já vivemos.

     A única certeza que tenho é que se pesquisarmos de tempos em tempos novamente nossos íntimos, diferentes fibras poderão ser conhecidas. O passar do tempo pode até enrijecer algumas pouco usadas; mas outras com certeza as novidades de vida nos ajudarão a formar. 



terça-feira, 22 de novembro de 2011

A beleza escondida

     Lendo alguns pensamentos de amigas, não com poderes extraordinários mas através das postagens em seus blogs, percebi que por diversas vezes não são poucas ou muitas palavras que fazem a diferença em nossas vidas.

    Algumas situações inesperadas (muitas vezes nem tanto assim) trazem momentos de reflexão, abrindo nossas mentes para pequenas mudanças que não percebíamos ser essenciais para uma vida melhor.  

    São imagens mágicas, ainda que rotineiras, capazes de impactar mais que longas conversas ou pensamentos intermináveis. Vejo essas situações como a grande oportunidade de encontrarmos a beleza na simplicidade, no trivial... 

    Somos tão acostumados a ter que nos esforçar para conseguir tudo, que acabamos desprezando o que de graça e pronto nos é dado: um pôr-do-sol impossível de retratar em telas, uma flor com seu aroma incomparável, um sorriso de alguém que talvez nem conheçamos mas que vem na hora exata da falta de esperança frente a um problema ou até mesmo um abraço do filho que te desculpa por uma palavra mal colocada (nem era ele o responsável por tamanha irritabilidade sua).

    Quando olhamos verdadeiramente esses tipos de "presentes" que nos são dados sem merecimento, encontramos uma pedra preciosa perdida da caixa da felicidade. Se formos acumulando-as, encheremos nossas próprias caixas e enfim poderemos dizer que somos felizes.

     
Como seria bom se não demorássemos tanto para perceber a beleza de tudo o que nos rodeia... Preocupados com o que não temos ou o que não nos agrada, desperdiçamos um precioso tempo que - muitas vezes - não volta mais.


Quando nossos olhos de abrem juntamente com o coração, iluminam alguns detalhes que não deveriam ser considerados tão pequenos; tamanha a grandeza capaz de encher nossos pensamentos.





A beleza escondida na felicidade do outro pode ser compartilhada... sejamos então felizes com nosso próximo.






segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Um aniversário com bolo de polenta

A gratidão no coração consegue transformar lamentações em alegria
        
    Aniversário de criança pede bolo, salgadinho, brigadeiro, refrigerante... E quando não se pode ter nada disso, já que a saúde da criança depende de uma alimentação regrada, sem nenhuma guloseima? 


     Não conseguia imaginar como uma criança tão pequena teria uma vida normal podendo se alimentar apenas com leite de soja (puro), arroz, frango e fubá. Essa era a nova  realidade que eu tanto negava para os próximos meses e talvez anos. Confesso que naquela época fechei as portas da minha vida emocional e social para uma reforma, lavando meus pensamentos com lágrimas e mais lágrimas. 


   Comemorar os 2 anos de vida do meu filho que não podia comer quase nada foi uma experiência de vida que marcou uma nova fase para nossa família. Passamos a não apenas entender, mas principalmente a viver, que sempre há mais de uma escolha frente as situações indesejáveis que aparecem na vida de todos nós.  Caberia a nós deixar passar despercebido um dia tão especial para celebração de mais um ano de vida (um ano tão cheio de dificuldades, mas com a vitória de ter nosso filho ali ao nosso lado) ou usar toda nossa criatividade e transformar as lamentações em alegria. 


       Optamos por viver intensamente esse e todos os momentos que viriam depois da festa. Junto com a família que tanto nos apoiou nos momentos mais difíceis, fizemos uma super festa com uma deliciosa galinhada e um bolo de polenta. Nem todas as crianças experimentaram o inédito bolo de aniversário, mas se divertiram bastante colocando o dedo naquele bolo colorido que tinha uma vela musical em forma de bola de futebol. Sem nenhum chiclete, bala e tranqueiras que dentista tanto abomina, montamos uma lembrancinha com óculos colorido e frasco de bolinha de sabão, que encantou e lambrecou tanto a casa da vovó.


     Desde então, participar de festas de aniversário nos traz muito mais que algumas centenas de calorias a mais - já que hoje, junto com meu filho, me esbaldo nos brigadeiros e salgadinhos. Relembro com emoção aqueles anos de restrição alimentar, e cheia de gratidão no coração agradeço a Deus por mais um ano de vida na presença do aniversariante. 


    Algumas vezes realmente não nos cabe escolher passar por certas dificuldades na vida, mas na grande maioria, podemos SIM   reagir diferente diante do que não nos agrada. Muita sabedoria teremos se passarmos por situações inevitáveis de uma maneira menos dolorosa, enfrentando a vida com mais ousadia e talvez mais alegria.
      

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Quando a tristeza é do amigo

Algumas tristezas podem trazer amigos inesperados


    Nestes últimos tempos em que algumas pessoas próximas e queridas a mim perderam seus familiares (mãe, pai, marido, filho), pude perceber novos laços de amizades se apertarem com a força desta tristeza. Embora a dor contínua da saudade que a perda de alguém tão importante estivesse alojada no coração do outro, uma maior proximidade nestes tempos difíceis trouxe mais amor e dor ao meu coração: característico do sentimento compaixão.

      Por mais que as pessoas queiram se sentir diferentes umas das outras, as notícias dos telejornais ou da própria vizinhança comprovam que somos exatamente iguais diante da suscetibilidade em passar por coisas que não desejamos. Acidentes, doenças e mortes inesperadas não distinguem pessoas; e neste entendimento deveríamos nos preocupar mais uns com os outros... dispostos a consolar e sermos consolados por pessoas que talvez venham a se tornar importantes nas nossas vidas.

     Quando enfrentamos as dificuldades, sejam nossas ou mesmo em posição de retaguarda de nossos conhecidos, tenho a impressão que a vida fica mais real. Talvez porque fique claro ser apenas sonho planejar o amanhã, se nem ao menos sabemos se estaremos com vida para cumprir o programado. Independente de crenças religiosas, ninguém há de contestar a fragilidade da vida, e que tantos planos que gastamos horas e horas elaborando não passam de ilusão.

     Nas minhas angústias tive pessoas ao meu lado que nem sempre foram escolhidas por mim (por isso creio na soberania de Deus) mas que vieram a se tornar amigos de confiança e conquistaram lugar importante na vida de nossa família.   

     Alegrias e  sofrimentos aproximam pessoas, cercando-as em tempos diferentes para que tenham tempo e estrutura emocional ao  amparar uns aos outros . Não existem palavras a serem ditas que sejam mágicas o suficiente para tirar a dor de alguém que sofra; mas um abraço, estar perto a uma distância que nos permita andar alguns minutos de mãos dadas ou ver sua lágrima refletida nos olhos de um amigo talvez faça sentir que tamanha "imensidão" que aflige nosso coração possa ser verdadeiramente compartilhada.

     A tristeza de um amigo (ou futuro amigo) muitas vezes passa despercebida por não acharmos tempo suficiente em nossa correria para estarmos presente na vida de outra pessoa, afinal problemas e afazeres todos nós temos (aos montes, dependendo a época). Quando isso acontece vale a pena refletir se estamos conduzindo nossa vida para um rumo certo: longe das pessoas e da oportunidade que nos é dada de contribuir com o que temos de mais precioso - AMOR.  
    






terça-feira, 20 de setembro de 2011

A queda faz parte do aprendizado (da mãe)

Cada gravidez gera não apenas filhos, mas também sonhos.


     Antes mesmo de conhecermos nossos bebês somos capazes de imaginar tudo de melhor que eles poderão fazer e até mesmo ser neste mundo. Entendo que durante nove meses (ou menos para os mais apressados) o instinto materno aflora alimentado por sonhos e histórias a serem vividas tão bem escritas em nossos pensamentos; afinal deixamos de ser apenas um e passamos a comer, respirar, descansar e viver por dois (mãe e filho). 

    Com o crescimento dos nossos filhos, aqueles sonhos maternos  amadurecidos durante os nove meses de gestação sofrem algumas adequações frente a realidade do cotidiano corrido de cada família (impossível tantas atividades programadas para tão curta semana) e passam pela revisão do protagonista principal da história (a própria criança). 

    Quando descobri que meu segundo bebê era um menino, lembro que me alegrava a ideia de um dia poder levá-lo ao futebol, natação, judô e tudo mais que o agradasse. Ingenuamente, eu nunca havia cogitado que os empurrões, tombos e afogamentos acompanhariam tais aprendizagens. A pouco tempo, assistindo a uma apresentação de judô essa realidade me foi apresentada nua e crua. 


    Prontos para registrar todos os golpes e evolução do nosso garoto nas lutas, toda a família garantiu seus lugares no pequeno espaço da sala e a apresentação começou. O treino demonstrado entre crianças de idades variadas (5 e 10 anos) vinha de encontro à minhas expectativas em ver meu filho se defendendo diante dos ataques, mas quando a demonstração passou a ser de lutas, tudo mudou. Cada queda dele no tatame trazia no meu instinto materno protetor uma dor aguda, que pouco a pouco estava se tornando insuportável.

     Foram minutos intermináveis de apresentações, ainda que nem todos eu consiga relatar (meus olhos permaneram incontrolavelmente fechados quando meu filhote era arremessado rumo ao chão). Cada queda ecoava em mim como uma sirene estridente em caso de perigo anunciado. Bem diferente estava a mãe do aluno que, friamente, derrubava meu pequeno...

    Minha consciência doía ao ver os olhinhos tristonhos dele todas as vezes que não conseguia se defender. Logo me questionei se realmente estava correto tê-lo matriculado naquele esporte ( será que seu talento seria para  o judô?). 

     Conversando com seu professor e expondo MINHAS frustrações(confesso que meu filhote não se importou com tamanha derrota nas lutas), pude perceber que não poderemos - nem devemos - poupar demais nossos filhos dos fracassos. Toda derrota, se trabalhada com competência pelos orientadores e com amor pelos pais, pode tornar-se um incentivo para garantir maior esforço necessário para melhorar o desempenho dos nossos filhos.

     Até a próxima troca de faixa do meu pequeno no judô terei tempo suficiente para me preparar para mais quedas, e enfim incentivá-lo a continuar frente a mais um desafio de superação (desde tão cedo em sua vida).
     

        

    

        

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Velhas medalhas

      
    Visitar a casa dos avós pode se tornar uma viajem ao túnel do tempo, ainda mais quando o quarto do filho caçula permaneceu intacto no decorrer dos anos. Essa nostalgia só pôde ser descrita devido ao hábito de minha sogra que, diferente de minha mãe e eu, guardou preciosidades não apenas na memória.  

      Engraçado como um simples adesivo colado no vidro da janela  traga tantas histórias, assim como um brinquedo que não é mais fabricado há mais de 30 anos torna-se a coqueluche da meninada nesta temporada de férias. Percebi que a curiosidade e criatividade de meus filhos transformavam um boneco Playmobil com pé quebrado e sem cabelo em um sobrevivente de guerra digno de honra. Nessa linha de pensamentos mirabolantes, imagine o que foi descobrir um saco plástico cheio de medalhas de "ouro" e "prata"?

     Cerca de 20 medalhas emboladas com incontáveis nós nas correntes, praticamente sem brilho devido ao pó que se acumulava nos dizeres Honra ao Mérito. Os olhinhos da Lari e do Davi brilhavam mais que qualquer metal precioso, pude perceber que  naquele momento se redimiam  eventuais dúvidas sobre o heroísmo do super pai.

      O mérito de bom nadador  tornou-se apenas um detalhe diante da admiração imensurável que meus pequenos demonstravam. O respeito natural de pai para filho se intensificou diante do querer ser igual, ou melhor, poder ser igual; perfeitamente explicável, visto que nós (pais), de tempos em tempos, reforçamos que nossos filhos são iguais a nós...

      Emocionado com a repercussão que velhas medalhas causaram, o super pai me confidenciou que nunca havia dado nem ao menos metade do valor que as crianças deram a tudo aquilo. É óbvio que todas as antigas medalhas vieram como tesouro para nossa casa, sendo harmoniozamente  repartidas entre os filhos (ou quase assim).

      Fora do túnel do tempo, e realmente se sentindo no mais alto pódium que um homem pode alcançar em sua vida, o paizão assumiu lugar de destaque no coração dos seus filhos (... bem ao lado dessa mãe que aceita dividir aconchegante espaço).


    

domingo, 10 de julho de 2011

Um pulo nas nuvens




    Embora o período seja de férias, o comentário não será sobre uma viajem fantástica feita com a família, todos nas alturas mirando paisagens inacreditáveis...lado a lado. 

    A história é outra. 

   Agora o tempo é de férias: escolares, não incluindo nenhuma folga para o trabalho de mãe. A casa está cheia de filhos, alegria e muita bagunça. As frases mais faladas por aqui passaram a ser: GUARDA O BRINQUEDO QUE ESTÁ JOGADO NA SALA, GUARDA O SAPATO, APAGA A LUZ QUANDO SAIR DO QUARTO, ORGANIZE.........QUALQUER COISA.

   Parece mais instintivo que racional as incansáveis e estressantes vezes que começo o discurso nestes termos. O problema é que o retorno de qualquer ação de apoio ou entendimento aos meus apelos quase nunca acontecem: nem que seja para retrucar com um "espera mãe" ou um "tá, tá, já vou". 

     Nesta temporada eu tenho a sensação que meus filhos ficam com a cabeça nas nuvens. Durante o ano, por várias e várias vezes eu uso as mesmas frases e sempre escuto algum comentário: reclamação ou não eles se mostram presentes.MAs nesse período tudo fica diferente, soltam a imaginação e voam junto com ela pra longe....

    Trazê-los de volta desse mundo das brincadeiras me parece crueldade, então para que o bom clima familiar seja preservado no mês que segue, acabo dando uns pulos nas nuvens atrás deles. Como é bom: lá tudo é tranquilo de verdade e até descanso de tanta organização e regras do dia-a-dia.

    No retorno das nuvens há sempre um acordo para que a casa permaneça habitável durante todo período de férias. Eu respeito a nova decoração que a criançada faz durante o dia: muito cor-de-rosa na sala, traves de futebol na varanda e lousa com giz seja lá onde acontecer a brincadeira da escolinha. Ao pôr-do-sol a decoração volta a ser como antigamente: meus montadores e desmontadores mirins com bravura (literalmente) assumem o posto de trabalho para uma organização eficiente.
         
    Entrei na bagagem das férias deles, aproveitando bons momentos de relaxamento que se encontra na brincadeira da criançada. 
 
 










































































terça-feira, 28 de junho de 2011

Aproveitando o frio para.......


esquentar os pensamentos.
        Não sei se hoje foi o dia mais frio do ano, mas que congelou parte dos meus movimentos, eu bem sei.  Acordar cedinho com o filho pulando na cama ou ter que levantar para trabalhar fora de casa fica menos animador com temperaturas beirando os 6°C (se não chegou a isto vou contestar as informações dos meterologistas).   

        Não adianta, todo mundo (talvez melhor referir a mim e ao meu mundo  inteiro) passa vários meses do ano reclamando do calor insuportável que nos deixa até com moleza. Basta dar um tempo ao tempo, que como bom amigo resolve grande parte dos nossos problemas,  logo vem um agradável ventinho que traz um friozinho e.... lá vem reclamação: vira um geladinho.

       Bem sei que não sou apenas eu que reparo nessas contradições ou mania de murmuração que a maioria das pessoas tem, mas realmente nunca tinha parado pra pensar na minha situação de "reclamante". Eu não sou nem um pouco amante do frio: preciso de muita roupa pesada para não tremer, e consequentemente mal consigo me mexer. Para suportar numa boa esses dias sempre deixei uns limites pré-estabelecidos por mim mesma: só faço o básico, nada de inventar mil e uma atividade como de costume. Consequentemente, as coisas mudam aqui em casa: o ritmo fica outro. 

       Bem intencionada, hoje eu achei melhor não  levar meu filho na aula de natação às 7:50 hs, afinal o frio não estava cooperando. Minha incontestável atitude o deixou inconformado: ele não entendia o por quê, já que a piscina é coberta, a água quentinha e fazer exercício esquenta o corpo. Eu bem que tentei explicar meus frios motivos, mas me atrapalhei ao perceber o péssimo exemplo que eu estava dando ao colocar meus limites na vida dele. Como a regra é sempre a mesma por aqui, minha filha logo concluiu que se estiver muito frio amanhã ela também não vai ao ballet e ele não vai ao judô: chororê garantido. Ele ficou triste a manhã inteira, e eu bem sem graça e pensativa.

       Não tenho coragem, nem vontade, de continuar tão limitada nesse inverno (tomara que não seja longo). Sei que mais uma reforma não encomendada está acontecendo nessa mãe, sem chance nenhuma de deixar pra ser feita depois: faça sol, faça chuva, faça calor ou faça frio.      

        


     

              

     

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Novas vidas....


    Relembrando minhas gestações lamentei que os testes de gravidez, seja de Farmácia ou de sangue, não venham acompanhado de um diário.... talvez assim conseguiríamos eternizar sentimentos e pensamentos que surgem ao descobrirmos uma nova vida dentro de nós.

    Ainda que com apenas alguns centímetros (6,5 cm já faz toda a diferença) nossos bebês já definem nossa vida diferente nos próximos meses, pois são imensamente amados e esperados. Essa nova pulsação no ventre determina novo ritmo de vida: intenso na capacidade de sonharmos uma vida melhor para toda a família que aumenta.

    Páginas e mais páginas poderiam ser escritas mês a mês sobre novas experiências com hormônios a flor da pele, lágrimas prontas para lavar a alma, apetite duvidoso e aumento de peso bem justificado na balança. Um estranho ao ler nosso diário poderia achar relatos românticos da loucura, mas sendo a leitora mãe logo acrescentaria algumas observações próprias para completar o texto.

    Durante nove meses, ou menos para os mais apressados, deixamos de ser um; dividimos alimento (em proporções desiguais: os Kilos a mais nos denunciam), alegrias e tristezas (bom seria para o bebê se nossa placenta tivesse um filtro emocional). Por mais diferente que seja com as famílias, o corte do cordão umbilical no nascimento não altera em grande escala aquela realidade anterior.

    Recém-nascido e mãe ainda se completam, não mais como ser único; mas com necessidades que apenas poderão ser supridas entre si. O filho à espera dos cuidados maternos para sobeviver, enquanto nós mulheres descobrimos o instinto materno trazido com o bebê.

     A mãe se sente responsável por tudo, embora não seja. O ninho de proteção deixa de ser a barriga, mas passa a ser os braços (o colo). Filhos planejados ou não, saudáveis ou doentes, calmos ou agitados nunca mais estarão fora do contexto da história de sua família (ainda que sejam rejeitados, doados ou venham a falecer).

    Os dias de mãe começam lá no descobrimento da gravidez e só terminam com o fim de sua vida (mesmo que não seja presente, ela viveu as transformações de mulher que a gestação trouxe).  

     Por isso, embora os exames apontem apenas um feto, testemunho o nascimento de duas novas vidas: mãe e filho.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Família de heróis

Mais que qualquer criança, acreditei no poder dos super-heróis....
Sabe aqueles dias que 24 horas se torna pouquíssimo tempo para resolver todos os afazeres da casa, dos filhos e do marido? Foi assim que me vi nesta semana: a paciência realmente não sei onde havia guardado, minha luz vermelha se acendia em cada novo "manhêêê" e para não sentar e chorar convoquei a Liga da Justiça. 

     Rodando pela cidade desde bem cedo, enquanto buscava um filho na natação e a outra filha no piano, avisei que eu era a MULHER DE FERRO (eu não estava inventando, afinal era assim mesmo que eu me sentia desde a madrugada) e convidei-os para participarem da nova brincadeira do dia. Bastava escolher um super-herói para ser durante todo o dia. Minha filha, um pouco maior, deu uma risadinha e entendeu que a brincadeira era mais para envolver o irmão.

   Feliz da vida ele disse que queria ser o SUPER-HOMEM. Então expliquei as regras da brincadeira: super-herói de verdade não desiste nunca de fazer coisas difíceis e cada um de nós deveria ser responsável por algumas tarefas.

   Ao chegarmos em casa, a ele caberia colocar ordem no QG dos heróis, pois não havia dúvidas que o inimigo havia atacado seu quarto e banheiro. A LAri deveria arquitetar um plano secreto de ataque ao inimigo, sozinha no seu quarto (pois tinha prova de Português e não ficaria por ali).

   A mim coube dirigir atentamente o carro para conseguirmos chegar até nosso refúgio (tamanho o barulho na minha cabeça me sentia meio tonta), preparar um almoço energético para ficarmos fortes e vencer todas as batalhas, arrumar a roupa e o lanche para o Super-Homem se preparar para a escola e ajudar a irmã heroína a revisar seu plano infalível.

    A manhã terminou tranquila.... eu consegui respirar, fazer o que tinha programado e recuperar fôlego. Nenhuma sirene pedindo socorro foi ligada, embora houvesse movimento com bicicleta na varanda. Minha filha estudou sem ter ninguém para pertubá-la, e a grande surpresa foi que o Super-Homem conseguiu andar a varanda inteira com sua super-bicicleta sem rodinha (há semanas estávamos tentando ensinar meu filho e nada).

    Acreditem: super-heróis existem e ajudam (ás vezes, pelo menos). Nem preciso dizer que minha brincadeira favorita sempre será Liga da Justiça, só espero que meu filhão não enjoe logo de ser super-herói. 

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Mãe, hoje fui pra Grécia

Ao buscar as crianças na escola, já me preparo para a abrupta quebra do silêncio da tarde. Até chegar em casa, cerca de uns 15 minutos, as vozes se atropelam para ver qual dos dois consegue contar mais detalhes de como foi a aula.

A novidade do dia foi uma viajem que minha menina fez para a Grécia, o problema é que ela não levou seu irmão que chorava sem parar no banco de trás do carro.  Desde pequena sempre foi assim, cada novo livro que ela lê a família toda participa com tantos detalhes compartilhados; e desta vez não foi diferente. As explicações sobre o povo grego foram tantas, que não restava dúvida, realmente a Lari foi para a Grécia.


Segurando a risada, consolei meu filho dizendo que todas as vezes que lemos um livro podemos sim viajar, mas em pensamento. Ela estava tão empolgada, que repetiu a história do Egito que me contou na  noite anterior, afinal conhecer as pirâmides e esfinge para ela foi muito mais emocionante.

 Toda essa história na verdade começou no nascimento da minha primeira filha. Morávamos numa cidade mui quente, e cada banho era uma grande festa regada com livrinhos (sem letrinhas, mas cheio de imagens coloridas). Na estante dos brinquedos, misturávamos livros interessantes para a fase que estava, sendo parte da brincadeira ler histórias e até fazer teatrinho. Nada era forçado, mas a opção de leitura sempre esteve por ali. Hoje, é muito natural para eles viverem as emoções de cada página lida e querer mais e mais aventuras.

Espero que continuem crescendo esperando ansiosamente a próxima Feira do Livro, pois guardam dinheiro no cofrinho para gastar lá. Podem acreditar que não é idéia minha passear na biblioteca durante as férias, nem pedir para avós e tias livros de presente de Páscoa, aniversário e Dia das crianças ( é claro que ás vezes pedem brinquedos, mas minha menina realmente tem mais vontade dos livros).


Embora eu não seja o melhor exemplo de leitora a ser seguida, fico satisfeita em ver meus filhos felizes quando ganham livros de presente e lendo muito mais livros que eu. Aqui coleciono mais um bom exemplo de filho a ser seguido.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Quero ser igual aos outros


 Um dia destes, preparando o lanche da escola das crianças com suco natural, bolo caseiro, fruta e pãozinho; assustei quando minha filha (natureba) disse que preferia levar leite com chocolate na caixinha, bolacha recheada e bolo de saquinho. Espantada, perguntei se agora ela gostava dessas guloseimas; e, meio sem jeito, ela respondeu que não, mas queria ser igual aos outros.

Entendendo que a conversa seria séria, respirei fundo; afinal não havia dúvidas que o lanche era apenas a ponta do iceberg. Comecei explicando que uma alimentação boa como a que ela gosta faz bem para a vida inteira, e que realmente seria legal fazer o que os outros fazem, desde que fosse algo bom. 

Já que era hora de comer sobremesa, lhe ofereci o pacote de bolacha que seu irmão devora, e ela até comeu uma.... na segunda já recusou. Então, aproveitando o gancho da desilusão daquele  doce paladar; refletimos juntas (eu bem sem paciência, confesso), que se ela desrespeitasse suas preferências com 8 anos de idade só para agradar as amigas da escola,  cresceria confiando mais nas escolhas dos outros que nas suas;  e, sem perceber, estaria desprezando sua inteligência em grandes escolhas da vida.

 Embalei contando algumas experiências ruins que tive na infância quando aceitei ser "Maria vai com as outras". Não poupei detalhes, e relatei tristezas desnecesárias que tive quando não respeitei minhas opiniões.  Estabelecida a confiança de ambos os lados, nossa conversa se estendeu sobre o que realmente precisamos ter, se é bom ou não ter tudo o que os outros têm, do quanto é importante gostar daquilo que é nosso e valorizar mais o que temos do que o que gostaríamos de ter (uma bela oportunidade eu tive de ensinar e revisar meu testemunho de vida) .

Tenho certeza que essa conversa sobre firmar a identidade está só começando, mas muito serviu para que eu preste cada vez mais atenção nas entrelinhas das conversas dos meus filhotes. O saldo de nossa conversa foi positivo, pois a pedido dela o lanche continuou saudável e pelo menos por enquanto, o recreio com os amigos deixou de ser um problema para minha filha.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Bons sonhos...



Só quem teve uma noite mal dormida compreende o humor do outro no dia seguinte.

    Ainda que o descanso de cada pessoa varie de acordo com a necessidade de seu organismo, não há mãe que no decorrer dos primeiros anos, não valorize cada precioso minuto de sono tranquilo.

   Entendi desde o começo da maternidade que deveria aprender mais canções de ninar, chás e histórias longas para embalar meus filhos. As horas de soninho das crianças quase nunca coincidem com a dos pais, ou não o tempo suficiente para que as duas partes consigam descansar igualmente.


   Por mais que tias e avós experientes me aconselhassem a aproveitar o tempo de sono dos pequenos para eu descansar, nunca deu certo; afinal alguma hora eu tinha que achar par tomar banho, almoçar, jantar, receber visitas, organizar a casa e pagar contas.
    
    Sou testemunha de que com o passar dos anos a rotina noturna da casa se restabelece, e a família pode voltar a ter o sonho dos anjos. O único detalhe é que o relógio biológico da mãe já se acostumou com as paradas obrigatórias do sono de cada noite, e nem sempre é regulado tão facilmente como gostaríamos.

    
Acho que a maternidade nos traz um estado de alerta, que não se desliga nem de dia nem de noite. Talvez movida pelo instinto materno (visto que não acontece o mesmo com o pai que dorme ao lado), a mãe se faz presente no quarto do filho  ao ouvir qualquer barulho diferente ou uma palavra dita durante o sonho. 

     Durante muito tempo fiquei observando meus filhos dormindo tranquilamente, independente do barulho e lugar que estivessem. Bastava ficarem cansados, logo se aconchegavam nos nossos braços e dormiam sem nenhuma preocupação. MAis uma vez gostaria de ser como as crianças, sem complicação poder fechar os olhos, descansar e encontrar a paz que nós adultos buscamos nas nossas poucas horas de sono. Para mim, aí está o segredo de tanta vitalidade.

    O sono da noite sempre foi insubstituível e, pelo menos aqui em casa, está totalmente ligado à harmonia do lar. Quando compartilho minhas olheiras com outras mães, me animo ao saber que não foi apenas meu bom humor matinal que ficou dormindo até mais tarde.
    
    Como tudo tem seu lado positivo, espero sempre lembrar que menos horas de sono podem se reverter em maior número de sonhos com olhos abertos... ainda que o realizar, fique para quando o corpo e mente descansarem mais um pouquinho.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Aprendendo a ser irmãos

Em briga de irmãos, só mãe e pai põe a mão

    Todas as vezes que um irmão pequeno começa a implicar com o outro também pequeno, é sempre a mesma coisa: os pais logo são chamados (por choro na maioria das vezes) para decidir quem está com a razão. 

      Sabendo da personalidade de cada um, os pais podem até imaginar quem começou e quem terminou a discussão; mas sábio seria se não nos restringíssemos nesta questão.

    Nas inúmeras vezes que meus filhos não se entenderam e pediram uma arbitragem familiar, percebi que o mérito não era apenas quem estava certo ou errado; mas do lado de quem pai e mãe ficaria.

     Com este entendimento, não mais me limito em saber o motivo do desentendimento entre eles, nem em apenas descobrir qual deles é o dono da razão. Acredito que a relação pós briga deve ser de grande interesse aos pais... nossa atitude pode levar nossos filhos a alimentar raiva um do outro, além de perder a confiança em nós.
   
    As divergências em casa podem ser excelentes oportunidades para exercitarmos o respeito ao próximo, treinando o ouvir mais e saber expor opiniões diferentes. Se fizermos do erro do irmão a causa de exaltação dos acertos do outro, perdemos uma preciosa chance de que um aprenda o que o outro tem de melhor. 

   Não acho que existe outra escolha para irmãos: moram na mesma casa, e como consequência devem aprender a dividir e cuidar do mesmo espaço com respeito. Então, em caso de desentendimento, minha melhor ajuda é direcioná-los para o caminho da cumplicidade: aprendi que os dois resolvem suas diferenças se tiverem mais tempo juntos.

   É claro que a princípio eles não gostam, mas briga mal resolvida termina com um cuidando do outro: tem que guardar juntos as bagunças feitas, tem que ajudar na arrumação das gavetas ou livros do outro, e o filho maior tem que auxiliar o filho menor no banho.
  
    Ainda que eles continuem com desentendimentos normais de irmãos, a nossa conduta de forçosamente aproximá-los frente as brigas, permitiu que os dois se conhecessem melhor e se respeitassem mais. Muito me alegra quando um protege o outro de alguma bronca que está por vir.